terça-feira, 26 de outubro de 2010

SEMINÁRIO

II Seminário Estadual sobre Deficiências e Inclusão Social: Temas Contemporâneos - 11/11

 Data: 11 de novembro
Local: Ministério Público Estadual - Auditório Mondercil Paulo de Moraes
Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 80 Porto Alegre-RS
PROGRAMA:

Manhã:
8h-8h30 - Credenciamento
8h30min – Mesa de Abertura
8h45min – Momento Cultural

9h- 10h30 - CONTEXTUALIZANDO A FAMÍLIA
Coordenação da Mesa: Angélica Nunes - Assistente Social/FADERS
Palestrantes: Idília Fernandes – Assistente Social/FADERS
Vera Negrini - Assistente Social/FADERS

10h30 – 12h00 - SEXUALIDADE E DEFICIÊNCIA
Coordenação da Mesa: Patrícia Rosa Balestrin – Psicóloga/FADERS
Palestrantes: Charlie Severo – Psicólogo/FADERS
Gerson Pinho – Psicólogo, Psicanalista/Centro Lydia Coriat/APPOA

Tarde:
14h-15h30 – A LEGISLAÇÃO COMO MEIO DE INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO
Coordenação da Mesa: Iara Rolim - Psicóloga, FADERS
Palestrantes: Ana Costa – Auditora Fiscal, Superintendente Regional do Trabalho e Emprego
Elisângela Martins – Analista de Recursos Humanos/DATACOM

15h30-15h45- Intervalo

15h45 – 17h15- EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DOS DESAFIOS À PRÁTICA
Coordenação da Mesa: Jorge Amaro Borges – Biólogo/FADERS
Palestrantes: Mara Sartoretto – Pedagoga, Especialista em Educação Infantil/AFAD
Maria Rosângela C. Monteiro - Pedagoga, Mestre em Educação/UFRGS
Suzana Moreira Pacheco - Pedagoga, Mestre em Educação/UFRGS

17h15-17h30 – Encerramento

Entrada gratuita.

Inscrições on-line: www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br

terça-feira, 5 de outubro de 2010

TECNOLOGIA ASSISTIVA


Conhecendo...

Qual a relação entre Tecnologias Assisitivas e educação?
Como é a realidade brasileira em se tratando de Tecnologias Assistivas?

Tecnologias Assistivas

A TA deve ser entendida como um auxílio - recursos e serviços – “que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento.”
Seu objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Pode variar de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.
O serviço de TA auxiliará, a partir da avaliação do usuário, na seleção ou confecção do recurso apropriado, na elaboração de estratégias para um bom desempenho funcional e na aplicação e ensino de utilização do recurso, em prática contextualizada, na tarefa pretendida.
Os serviços de TA comumente envolvem profissionais de áreas como a: terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, educação, psicologia, enfermagem, medicina, engenharia, arquitetura, design e técnicos de muitas outras especialidades a adaptações de hardware e softwares; em áreas de necessidade pessoal como comunicação, mobilidade, transporte, educação, trabalho, lazer e outras.
A TA é entendida como o recurso do usuário, da pessoa com deficiência e atende sua necessidade pessoal de desempenhar funções do cotidiano de forma mais independente. Todo projeto para prescrição e utilização de um recurso TA implica no envolvimento direto de seu usuário, do conhecimento de seu contexto e deve, portanto, valorizar suas intenções funcionais, bem como suas competências atuais, que serão "ampliadas" pela utilização do recurso proposto. Também o contexto, meio onde a pessoa com deficiência está ou deseja estar inserida, pode necessitar adequações no sentido de promover acessibilidade e possibilidades de seu desempenho autônomo em tarefas por ele exigidas.
Constata-se que ainda existe um desconhecimento das várias áreas de atuação profissional, que poderiam estar envolvidas em pesquisas e práticas de TA e sabemos que os cidadãos brasileiros com deficiência não conhecem seus direitos de acesso à TA, conforme consta em nossa legislação; e mesmo que os serviços públicos não estão organizados no sentido da promoção de vida independente e inclusão.
Quando acontecer, de fato, a inclusão dos nossos "pacientes" e "alunos com deficiência", sujeitos então de seu próprio desenvolvimento e atores no seu processo de reabilitação e educação, seremos obrigados a rever nossos conceitos e nossas ações.
A cartilha: "O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular", editada com o apoio de Ministério da Educação, através da SEESP, caracteriza o atendimento educacional especializado como "aquilo que é necessariamente diferente do ensino escolar para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência. Isto inclui, principalmente, instrumentos necessários à eliminação de barreiras que as pessoas com deficiência têm para relacionar-se com o ambiente externo. Por exemplo: o ensino da língua brasileira de sinais (LIBRAS), do código braile, uso de recursos de informática e outras ferramentas tecnológicas, além de linguagens que precisam estar disponíveis nas escolas comuns para que elas possam atender com qualidade aos alunos com deficiência".
Percebemos, então, que o tema da TA transcende à atuação restrita da Saúde / Reabilitação, inserindo-se apropriadamente no campo da educação. Nela, esta temática deve ser área do conhecimento e da prática da educação especial, pois favorecedora da inclusão escolar, tem a cumprir um papel de extrema importância.
Todos os recursos de TA produzidos, importados e comercializados em nosso país ainda estão vinculado à temática, quase que exclusiva, da reabilitação e são divulgados em feiras que acontecem paralelamente a eventos desta área do conhecimento. Muitos dos que atualmente trabalham, tanto na reabilitação, como no desenvolvimento destes recursos, desconhecem o conceito e a prática da TA. Para os próprios profissionais há a confusão ou não distinção do que seja tecnologia de reabilitação e tecnologia assistiva.
No Brasil encontramos comercializados recursos de alta qualidade no que diz respeito a órteses, próteses, cadeiras de rodas, acessórios de adequação postural, informática e demais recursos para cegos, comunicação aumentativa e alternativa e recursos de informática para deficientes físicos, recursos para surdos, entre outros. No entanto, este grupo de profissionais ainda não se organizou como parte de uma única rede. Podemos também afirmar que são poucos os cidadãos brasileiros com deficiência que usufruem a TA em alguma de suas modalidades.
É importante ressaltar que as decisões sobre os recursos de acessibilidade que serão utilizados com os alunos, têm que partir de um estudo pormenorizado e individual, com cada aluno. Deve começar com uma análise detalhada e escuta aprofundada de suas necessidades, para, a partir daí, ir optando pelos recursos que melhor respondem a essas necessidades. Em alguns casos, é necessária também a escuta de diferentes profissionais, como terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas, ou outros, antes da decisão sobre a melhor adaptação.

"Para as pessoas, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis."
Mary Pat Radabaugh
 

Dasher poderá aposentar teclado e mouse


A substituição do teclado e de mouse é uma exigência para que pessoas deficientes possam usufruir dos benefícios da informática. Mas os demais continuam a utilizar os dois velhos instrumentos. O uso disseminado do mouse e do teclado, contudo, não os torna mais eficientes ou menos rudimentares.
Um programa de código-aberto, lançado pelo Laboratório Cavendish, da Universidade de Cambridge (Inglaterra), poderá representar uma solução que, além de beneficiar os deficientes, poderá se disseminar e ser utilizado por todos os usuários do computador. Chamado de Dasher, o programa se utiliza de câmeras que rastreiam os movimentos dos olhos, transformando-os em comandos para o computador.
O Dasher representa um significativo avanço sobre as tecnologias já disponíveis, principalmente pela facilidade de uso e pelo desempenho. Enquanto um digitador experimentado pode chegar a digitar 40 palavras por minuto em um teclado, um usuário normal, após cerca de uma hora de treino, pode atingir 35 palavras por minuto com o Dasher. O programa possui uma interface na qual o alfabeto é colocado à direta da tela. Cada letra fica dentro de um retângulo colorido. Com o movimento dos olhos, o usuário "retira" as letras da direita e arrasta-as para a esquerda, onde as palavras vão sendo montadas. À medida em que o usuário escolhe uma letra, um sub-alfabeto já se forma do lado direito. Esse sub-alfabeto é formado pelas letras mais prováveis a serem utilizadas a seguir. Por exemplo, após a escolha de uma consoante, o sub-alfabeto é formado por todas as vogais e por outras poucas letras com probabilidade de serem utilizadas. Isso aumenta significativamente a produtividade do usuário.
O Dasher poderá também significar uma revolução para dispositivos portáteis. Ele já pode ser utilizado em vários alfabetos e na maioria dos idiomas. O código-fonte está disponível no projeto SourceForge.

Link - Informática na Educação ou a Informática na Educação Especial.

http://informaticaeeducacaoblog.blogspot.com/

http://jmzimmer.blog.uol.com.br/

http://www.educacaoeciberespaco.net/blog/?p=1745


Entrevista com Teófilo Alves Galvão Filho-Um Aprendizado todo Especial

O Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências
(CRPD) existe há dez anos. Os moradores de seu núcleo
residencial, e também as pessoas da comunidade vizinha,
encontram ali tratamento médico e odontológico,
fisioterapia, terapia ocupacional, informática educativa
e estimulação precoce para crianças de até 3 anos.
Saiba mais: <http://www.irmadulce.org.br>.
O uso da pulseira de pesos permite a digitação
mais rápida. Para outras situações, há o
estabilizador de punho, a ponteira para digitação
e hastes fixadas na boca e no queixo, quando
existe controle da cabeça.
Como trabalhar com as limitações físicas dos
alunos?
Há vários recursos que contribuem para a autonomia
e para a inclusão social da pessoa com necessidades
especiais ao processo de aprendizagem. São as
chamadas adaptações de acessibilidade. Uma simples
almofada com um pedaço de velcro, usada para
segurar em sua cadeira o tronco do aluno com
deficiência física, é uma adaptação de acessibilidade.
Dependendo da situação, usamos
o estabilizador de punho, a ponteira para digitação
e hastes fixadas na boca e no queixo,
quando existe controle da cabeça.
E se a escola não tiver computador?
De acordo com a necessidade de cada aluno, podem
ser criadas adaptações. Por exemplo, é possível utilizar
a pulseira de peso ou o estabilizador de punho
tanto para facilitar a digitação quanto no caso da escrita
no caderno; uma máscara de teclado pode ser
adaptada à máquina de escrever. Existem soluções
criativas e simples que facilitam o ato de escrever,
como fixar o papel na carteira, ou colocar um suporte
para levantar o caderno. É importante que o educador
crie adaptações, incentivando o aluno a procurar
a posição mais cômoda. Ao superar seus próprios
limites, ele ganha auto-estima e isso se reflete na
aprendizagem.
Que tipo de projeto seus alunos desenvolvem?
Eles pesquisam na internet, produzem textos e criam
histórias em quadrinhos, sobre os mais variados
temas. Alguns editam jornais on-line e impressos
que, entre outras matérias, incluem notícias sobre a
vida dos portadores de deficiência. Muitos criam sua
homepage e nela colocam letras de música, fotos
de seus ídolos e os poemas que escrevem. Além
das trocas de mensagens no correio eletrônico,
participam de listas de discussão na internet. Para
ter uma noção do que eles fazem, visite o site
<http://infoesp.vila.bol.com.br>.
Qualquer computador pode ser utilizado?
O próprio sistema Windows oferece alguns recursos
básicos, que a maioria das pessoas desconhece.
Basta entrar no menu Iniciar e clicar
em Configurações, Painel de controle e
Opções de acessibilidade. Esta janela orienta
o usuário, permitindo que faça várias adaptações,
de acordo com as diferentes necessidades.
Por exemplo: é possível configurar o teclado
para executar nele todos os comandos, dispensando
o mouse, para uma pessoa que tenha dificuldade
de coordenação motora.
Existem outras possibilidades de adaptação?
Há sites que oferecem gratuitamente programas especiais
de acessibilidade, como <http://www.lagares.org>
e a Rede Saci, <http://www.saci.org.br/kitsaci.html>. Mas
a escolha e a aplicação dessas adaptações devem partir
de uma análise cuidadosa das necessidades do aluno,
contando com a opinião de outros profissionais, como
o terapeuta ocupacional e o fisioterapeuta.
Como orientar o aprendizado de portadores de
deficiência?
Por sua própria limitação e pelo tratamento paternalista
que em geral recebe, a pessoa portadora de
deficiência tem uma interação restrita com o meio
em que vive. Se não for adequadamente estimulada,
assume uma posição de passividade, espera que os
outros resolvam seus problemas. E essa postura com
freqüência é reforçada na escola tradicional, quando
os alunos são tratados como se fossem apenas receptores
de informação, e não construtores de seu
próprio conhecimento. É fundamental oferecer aos
portadores de deficiência um ambiente de aprendizagem
que os ajude a sair da passividade. O trabalho
não deve partir das limitações, mas sim do potencial
de desenvolvimento de cada um. É importante
confiar no aluno, apostar em suas capacidades, em
suas aspirações mais profundas e em seus desejos
de crescimento e integração.
Qual é a metodologia adotada?
A tecnologia serve como recurso para desenvolver
as potencialidades cognitivas. Ela contribui para que
os portadores de necessidades especiais
ganhem auto-estima e autonomia para
resolver seus próprios problemas. Buscamos
valorizar a capacidade, a iniciativa e a criatividade
do aluno, considerado como sujeito da construção
de seu conhecimento. Os conteúdos são trabalhados
de forma interdisciplinar, a partir de projetos baseados
nas necessidades e nos interesses de cada um.
E o papel da tecnologia nesse processo?
As novas tecnologias de informação e comunicação
(NTIC) são aliadas poderosas na construção de ambientes
de aprendizagem que favoreçam o pensamento
livre e autônomo. A realização de projetos via internet,
por exemplo, abre as portas para um vasto
leque de atividades cooperativas. O correio eletrônico
dá ao aluno a possibilidade de intercambiar suas
produções e suas idéias em um amplo universo. Se o
trabalho é conduzido de forma a estimular a criatividade
e a iniciativa, não é o computador que ensina
ao aluno, mas sim o aluno que, ao aprender, também
“ensina ao computador”, criando e desenvolvendo novos
projetos.
Como trabalhar com as limitações físicas dos
alunos?
Há vários recursos que contribuem para a autonomia
e para a inclusão social da pessoa com necessidades
especiais ao processo de aprendizagem. São as
chamadas adaptações de acessibilidade. Uma simples
almofada com um pedaço de velcro, usada para
segurar em sua cadeira o tronco do aluno com
deficiência física, é uma adaptação de acessibilidade.
Dependendo da situação, usamos
o estabilizador de punho, a ponteira para digitação
e hastes fixadas na boca e no queixo,
quando existe controle da cabeça.
E se a escola não tiver computador?
De acordo com a necessidade de cada aluno, podem
ser criadas adaptações. Por exemplo, é possível utilizar
a pulseira de peso ou o estabilizador de punho
tanto para facilitar a digitação quanto no caso da escrita
no caderno; uma máscara de teclado pode ser
adaptada à máquina de escrever. Existem soluções
criativas e simples que facilitam o ato de escrever,
como fixar o papel na carteira, ou colocar um suporte
para levantar o caderno. É importante que o educador
crie adaptações, incentivando o aluno a procurar
a posição mais cômoda. Ao superar seus próprios
limites, ele ganha auto-estima e isso se reflete na
aprendizagem.
Que tipo de projeto seus alunos desenvolvem?
Eles pesquisam na internet, produzem textos e criam
histórias em quadrinhos, sobre os mais variados                                      
temas. Alguns editam jornais on-line e impressos
que, entre outras matérias, incluem notícias sobre a
vida dos portadores de deficiência. Muitos criam sua
homepage e nela colocam letras de música, fotos
de seus ídolos e os poemas que escrevem. Além
das trocas de mensagens no correio eletrônico,
participam de listas de discussão na internet. Para
ter uma noção do que eles fazem, visite o site
<http://infoesp.vila.bol.com.br>.
Qualquer computador pode ser utilizado?
O próprio sistema Windows oferece alguns recursos
básicos, que a maioria das pessoas desconhece.
Basta entrar no menu Iniciar e clicar
em Configurações, Painel de controle e
Opções de acessibilidade. Esta janela orienta
o usuário, permitindo que faça várias adaptações,
de acordo com as diferentes necessidades.
Por exemplo: é possível configurar o teclado
para executar nele todos os comandos, dispensando
o mouse, para uma pessoa que tenha dificuldade
de coordenação motora.
Existem outras possibilidades de adaptação?
Há sites que oferecem gratuitamente programas especiais
de acessibilidade, como <http://www.lagares.org>
e a Rede Saci, <http://www.saci.org.br/kitsaci.html>. Mas
a escolha e a aplicação dessas adaptações devem partir
de uma análise cuidadosa das necessidades do aluno,                          
contando com a opinião de outros profissionais, como
o terapeuta ocupacional e o fisioterapeuta.

TEÓFILO ALVES GALVÃO FILHO é engenheiro, especialista em
Informática na Educação, e cursa mestrado em Educação
na Universidade Federal da Bahia. Coordena o Programa de
Informática na Educação Especial das Obras Sociais Irmã
Dulce, em Salvador, que em 2001 recebeu o Prêmio
Tecnologia Social, concedido pela Fundação Banco do
Brasil, em parceria com a Unesco.